11 março 2010

Você é insubstituível?

Na sala de reunião de uma multinacional, o diretor nervoso fala com sua equipe de gestores.

Agita as mãos, mostra gráficos e, olhando nos olhos de cada um, ameaça :
"ninguém é insubstituível".

A frase parece ecoar nas paredes da sala de reunião em
meio ao silêncio.

Os gestores se entreolham, alguns abaixam a cabeça.
Ninguém ousa falar nada.

De repente um braço se levanta e o diretor se prepara para triturar o atrevido:
- Alguma pergunta?
- Tenho sim. E Beethoven?
- Como? - o encara o gestor confuso.
- O senhor disse que ninguém é insubstituível e quem substituiu Beethoven?
Silêncio.


Ouvi essa estória esses dias contada por um profissional que conheço
e achei muito pertinente falar sobre isso.
Afinal, as empresas falam em descobrir talentos, reter talentos,
mas, no fundo continuam achando que os profissionais são peças
dentro da organização e que, quando sai um, é só encontrar outro para por no lugar.

Quem substituiu Beethoven? Tom Jobim? Ayrton Senna? Ghandi?
Frank Sinatra? Garrincha? Santos Dumont? Monteiro Lobato?
Elvis Presley? Os Beatles? Jorge Amado? Pelé? Paul Newman?
Tiger Woods? Albert Einstein? Picasso? Zico (até hoje o
Flamengo está órfão de um Zico)?

Todos esses talentos marcaram a história fazendo o que gostam
e o que sabem fazer bem, ou seja, fizeram seu talento brilhar.
E, portanto, são sim insubstituíveis.
Cada ser humano tem sua contribuição a dar e seu talento
direcionado para alguma coisa. Está na hora dos líderes das
organizações reverem seus conceitos e começarem a pensar em
como desenvolver o talento da sua equipe focando no brilho
de seus pontos fortes e não utilizando energia em reparar
seus 'gaps'.

Ninguém lembra e nem quer saber se Beethoven era surdo, se
Picasso era instável, Caymmi preguiçoso, Kennedy egocêntrico,
Elvis paranóico... O que queremos é sentir o prazer produzido pelas sinfonias,
Obras de arte, discursos memoráveis e melodias inesquecíveis,
Resultado de seus talentos.

Cabe aos líderes de sua organização mudar o olhar sobre a
equipe e voltar seus esforços em descobrir os pontos fortes
de cada membro. Fazer brilhar o talento de cada um em prol
do sucesso de seu projeto.

Se seu gerente/coordenador, ainda está focado em 'melhorar
as fraquezas' de sua equipe corre o risco de ser aquele tipo
de líder que barraria Garrincha por ter as pernas tortas,
Albert Einstein por ter notas baixas na escola, Beethoven por ser surdo.
E na gestão dele o mundo teria perdido todos esses talentos.

Nunca me esqueço de quando o Zacarias dos Trapalhões 'foi
pra outras moradas'; ao iniciar o programa seguinte, o
Dedé entrou em cena e falou mais ou menos assim:
"Estamos todos muito tristes com a 'partida' de nosso irmão Zacarias ...
e hoje, para substituí-lo, chamamos: ...
Ninguém ... Pois nosso Zaca é insubstituível."

Portanto nunca esqueça : Você é um talento único ...
com toda certeza ninguém te substituirá!

"Sou um só, mas ainda assim sou um.
Não posso fazer tudo, mas posso fazer alguma coisa.
Por não poder fazer tudo, não me recusarei a fazer o pouco que posso.
O que eu faço é uma gota no meio de um oceano, mas sem ela o oceano será menor."

Portanto exijam valorização pelo que fazem e especialmente pelo que são.


Fonte: Recebido por email, Fernanda Mochado.

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